domingo, 27 de maio de 2012

A Guerra



Noite que vem
Tão mal resolvida
Que não me mantém
De forma adormecida

Quando se pedia
Um eterno descanso
Antes de se fazer dia
Coisa é que não alcanço

Faço da clareza a minha escuridão
Nas trocas que ninguém merece
É o que os meus dias são
E o descanso não aparece

E por lá espero
Por outra que venha
É o que quero
Que a paz me tenha

Nuno Lopes

Estados de, C'Alma (?)



Só se pede
A quem me deseja
A isto me concede
A qualquer lugar que esteja

Arrefecer-me turbulência
E ter a paciência
De aturar
O que mora neste lugar

O que acalmem
Estas inquietações
Antes que desalmem
Por aí aos trambolhões

Tudo me incendeia
Que água de nada vale
Vai ardendo em cadeia
Um Ser, até que um dia se cale...

Nuno Lopes

O Animal que lá mora...


.

A Mulher tem um Pardalhinho
Que mora na sua gaiola
Que faz dela o seu ninho
E sempre o consola

É um animal delicado
De pegar merece cuidado
E não deixar escapar
De um dia bater as asas e voar

Há dias que parecemos ouvir
Um chilrear que nos pede
Para a gaiola poder abrir
E de liberdade lhe matar a sede

Não há quem não se admire
De bicho tão belo
E até dele tire
O desejo de um dia vê-lo!

Nuno Lopes


Encanta(dor)...



As asneiras
São palavras bonitas
Quando apetece dizer besteiras
Da merda com que ficas

Quem não as diz?
Que se acuse
O não lhe escapou por um triz
Um palavrão que se use

Ficamos chocados com esse falar
De uma coisa que nos alivia
Quando não é, para magoar
Soltar é coisa que se devia

Há palavrões educados
Sendo dentro do contexto
Para não morrermos sufocados,
Dizê-los é o pretexto...

Nuno Lopes

sábado, 26 de maio de 2012

Estados Limítrofes?



Poderia ser
Uma Laranja por inteiro
Mas acabei de ver
Que o corte foi certeiro

A faca que me abre
E me solta em dois gumes
E descubro os maus costumes
Que os extremos me cobre

Não sei o que seja
Respondes-me ó sabedoria
Que o meu mal quando fraqueja
Nem sei que faça quando é dia

O vazio que preenche
O intimo de um homem
Sinto que logo me feche
Apodera-se, os sentimentos que me sobem

Saber que se necessita
De alguém que nos dedica
A uma criança que nos habita
Que connosco sempre fica

Não sei se triste
Deva ficar
Isto que em mim existe
E por sempre tenha de levar

De mal em mim
Não há remédio
E não existe fim
Para terminar o que leva o tédio

Sou capaz de muito além
Como que quando, me magoam
Não quero ninguém
E nunca mais, pelo meu mal perdoam

Serei radical?
Se sou? Talvez seja
Se esse é o meu mal
Como mudar mesmo que o veja?

Tanto perco
Tanto iludo
Tanto cerco
O pouco que é tudo

O que podes formar?
Na minha personalidade podes pegar
Ou então não. Se a tivesse
Ou se alguma vez a perdesse

E podemos perder
O que nunca construimos?
Se alguma vez pudéssemos ter
O que nunca possuímos

Nunca quis saber disto
Nunca me interessou
Mas agora reparo no que sou
Quando me atormenta este misto

Talvez sejam monstruosidades
A quem não tem capacidades
De se encaixar no tal
Padrão de "Normal"

Temos começar tudo novamente?
O que sempre (talvez) neguei
Possa ser uma urgência premente
E compreender aquilo que de mim não sei

Estados... (de Alma)
Não sei se existe
Mas fico triste
Quando nada me acalma

Vivo na linha
Se devo
Quem por ela caminha
Quando desequilibro não percebo

É chato, assim devem dizer
Ou chato, é a tua pessoa...
Que posso fazer
Que este mal não me doa?

Talvez nascer novamente
E estruturar o que me faltou
Até chegar ao presente
E saber dizer quem sou

Há vidas que nos calham em azar
Eu tive sorte nisso
No que a mim havida de calhar
Aquilo que em nada preciso

Nem sei o que faço
Sincero sou, julgarei pelo menos
Que neste pedaço
Em mim incómodos não serão pequenos

Podem-me acusar
De um bombista
Que sou capaz de acabar
Com qualquer relação que exista

Doí no mais intimo de mim
Julgo pelo menos que isso não falta
Por ser assim
Os devaneios que me assalta

Sofro eu? Ou, sofrem os outros
Aonde a culpa estará?
Que mata aos poucos
Quem comigo está

Quer(em) me fazer algum acrescento?
E possa ver realmente
Que, não seja eu mim quem mente
Ou pelo menos que tento

Acho que fico tonto
De nada saber
E lá sai da boca: Mas pronto...
E sem mais que saiba dizer

Ser duro é o que me apetecia
Para comigo próprio ( ou não, nem sei)
Não haveria outra coisa que merecia
Não fosse isto que desejei

Mas vou insistir na minha dureza
Mas, que Porra é esta?
É só essa certeza
Que me sara esta fresta

Fresta? Ferida? Corte?...
Quem o provocou?
Talvez fosse (a) sorte
Que me calhou

E lá andamos nisto
A fazer da sorte um caso
Ou se insisto
Que parte de mim esse erro crasso

Mas afinal? Não sou eu que me construi?
Que devo culpar a sorte ou o azar?
Faltaria talvez aceitar
E tudo mais fácil seria a partir daí

Não. Temos de arranjar sempre culpados
Para não nos sentirmos pesados
Ou morrer da má consciência
Essa culpa que nos tome um dia

Há quem se deva querer
Rir disto. Fazer a sua comédia
Para não se ver
O que me vai dentro, que ninguém pedia

Só coisa de quem nada tem para fazer
Ocupa-te ó Rapaz!
E vai-te entreter...
E eu pergunto: Como serei capaz?

Curas nem sei se existe
Se irei melhorar
Mesmo que fique triste
Disto, nunca me desapegar

Mas alguma vez esquecemos?
Tudo o que temos?
Não será a formula melhor de aceitarmos?
E assim prosseguirmos?

Julgo talvez isto esteja conturbado
Pela minha largueza de texto
Como tenha ficado
E talvez seja este o pretexto

Digo as verdades
Deprime(mentes)
Que não vejo outra forma
De dizer o que me toma

Sim talvez tenha caído na realidade
Se inconscientemente fugisse? Talvez...
Talvez assim só me reste a capacidade
Aceitar isto de vez

Sempre tentei ser aberto
Nunca negar a minha aceitação
Mas é certo
Que fácil, não será, não!

Vou pegar no tempo
Recompor o que já lhe devia
De ter feito um dia
É que já merecia

A vida é uma linha
(Em verdade dirão)
Por onde se caminha
E deve ser essa a direcção

Mas de dois lados ficam os extremos
Que essa linha que seguimos separa
E quando neles caímos
Pouco há o que nos agarra

Eu ando assim
Fora do risco
Então compreendem o que vai em mim
Mesmo quando lhe em pegar o rumo lhe persisto

Devo viver na Terra e no Espaço
Tenho as nuvens que separam
Ou que vem, quando, não sei o que faço
E na minha cabeça por lá param

É semelhante a um equilibrista
Já lhe leio o pensamento
Em procuramos que o equilíbrio exista
Mas eu também lhe digo que tento!

Nuno Lopes

Perdas e Esperas



Julgaste que brinquei
Com sentimentos que levas
Porque foste não sei
E pensaste essas cenas

Vou ter de me dar
Ao trabalho de explicar
Procurar-te aonde não sei
E mostrar a razão que nunca dei

Podemos perder uma pessoa
Por uma mero descuido
E ficamos à toa
Quando acaba tudo

Custa-me saber se não há volta
Das razões que levo à solta
E poderes compreender
Que não foi por mau-querer

Nuno Lopes

Não existe seguro pr'Amar



Lá pensa o Homem
Que tudo tenha inventado
Mas sem me sentir Segurado
Caio na Desordem

Uma Carta Verde é o que mereço
Para colocar no meu peito
E saberem o preço
Que magoar-me não fica a jeito

Já me estampei por aí
Já fiz feridos
Como também cai
No meio de corações perdidos

Tenho choques frontais
Por vezes, que acontecem...
Quando não vejo Sinais
Que à frente me aparecem

Nuno Lopes

Pensamento do dia...


Muitos procuram as respostas, e poucos levantam as questões.

Nuno Lopes

Esterco




Há coisas que me sobem
E pelo nariz me chegam
Mesmo que mo tapem
Nem dessa forma o consigam

Paira no ar
Um cheiro nauseabundo
E não dá para acabar
A porcaria neste mundo

Mas terei tomado banho?
Ou já cheguei à podridão
Mas que é estranho
Já deva ter lugar num caixão

Vou supor
Que não seja de mim
Mas façam-me o favor
Se incomodar digam-me, sim?..

Nuno Lopes

Desencontros



Passas-te ao lado
Nem viste
Como se vai andando
De olhar triste

Quando nos cruzamos?
E reparas?
A forma como andamos
A passear as mágoas

Eu te posso confessar
Podes ser um passageiro
E não guardares lugar
E sair no primeiro apeadeiro

Há quem quer
Fazer de mim uma viagem
E comigo puder
Passar além da margem

Esses encontrarão
Que lhes peguem
E comigo seguem
No intimo do meu coração

Nuno Lopes

Palavras gastas


Palavras gastas
Sem o que dizer
Mais te afastas
Sem isso ver

Quando são elas
Que nos aproximam
Pelas falas
Que muito nos digam

O silêncio mata
As palavras que temos
Se não conseguimos
Tirar o que não desata

O silêncio pode ser o fim
Do que exista em mim
Querer-te dizer
Todo o meu querer

Nuno Lopes

Aceitação...(?)




Ser o que somos!
Perdoar o que fomos?
Esquecer os remorsos...
Louvar os nossos esforços!

Caminhos difíceis...
Por tropeços que sejam,
Sonhos possíveis,
Que não se vejam!

A realidade,
Cruel que é!
Sem a capacidade...
Ou que seja, Fé...

Perder,
Por dentro...
E querer...
O que não encontro.

Mas que saber?
O que sou?
E me dizer...
P'ra onde vou...?

Na incerteza...
Deste mundo,
Somos a presa.
Que caímos no fundo...

Sem o que nos segure,
Foge da mão...
É a sensação,
Que nada perdure...

Devo correr atrás?
Seguir por mim?
E se não for capaz?
Ver ao que vim...

Dúvidas...
Ao que vens?
E as certezas?...
Que não tens...

Guião existe?
P'ra saber,
Como se viver.
Ou o que calha, é triste?

Chorar?
Rir?
Cagar...?
O que mal faz-nos sentir...

Ao Mestre,
Que mora em ti:
Diz o que me preste
Que ainda, eu não vi...

Nuno Lopes

Compromissos



Que seja um dia
Uma realidade
Eras tu tanto que pedia
Roubar toda a tua felicidade
E o que mais queria
Sentir, que eras a minha cara metade

Nesta minha espera
A acontecer que seja verdadeiro
Mas enquanto não o acontece primeiro
O Que mais me dera
Recordar-te quando o meu coração acelera
Assim que estamos
Rogando que nunca nos separemos

Contigo pelos beijos
Onde me provocas desejos
Mas que isso aconteça
Imagino esse dia que apareça
Gozarmos este estado
O que melhor é, ser amado

Nuno Lopes

Pensamento do dia...

Tudo merece, a resposta. Menos o Silêncio.

Nuno Lopes

Descodificando sinais



Sabes o que sentimos
Ou terei de dizer
Dos sinais que não vimos
Mas que podemos ter

Decifra as palavras e gestos
Do que te digo
Que nestes manifestos
Quero falar contigo

Não serão só as vozes
Que falam o que sentimos
Reparar mais além do que olhamos
Dificilmente por eles mentimos

Tudo o que corporalmente
Nos faça ver
O que um ser sente
É a melhor mensagem, que podemos ter

Nuno Lopes

Espero-te!

Quando espero e não vens
Ou será que te esqueceste?
Que a mim é quem tens
Ou que nunca me quiseste...

E a mágoa chama-se espera
É a dor que fica
Ou sejas tu quem brinca
Com isto que me altera

Vens e não vens...
Não sei é o que esperar
Se consideração tens
Para me Amar

Talvez te lembres
Um dia, de aparecer
E quando vieres
Já não me possas ter...


 Nuno Lopes


Pudesse eu compreender...


Ai como és difícil, ó mulher
Crias-me certos suores
Choro até não puder
Da maneira de seres

Mas aonde está
O teu livro de instruções
Para ter já
Todas as explicações

São capazes de nos desorientar
Até ao tutano.
E não nos conseguimos safar-nos
Desse vosso complicar

Que tudo fosse simples
Desejos seria
Era o que os homens mais queriam
Que isso fosse dia

Mas assim desceram à terra
Para nos criar as questões
E não há homem que emperra
Nas suas decisões

Diz-me o que desejas
E quem sejas
Mais fácil se tornará
E homem nenhum, se complicará

Nuno Lopes

Tão fácil!

Dos que criticam
Soubessem eles
Do que não viram
A vida que não é deles

Tão fácil é assim
Falar sem saber
Seja de mim
Mas não devo esse prazer

Só terás esse direito,
Se o merecer
A confiança que te der
E eu aceito

Aos outros que se julgam
Que isso lhes pode caber
Bem se enganam,
Que é coisa que não vão ter

Nuno Lopes

Lixa Nº 4

És um porreiro
Mas tens que primeiro
Agarrar nas Gilletes
Que aonde na cara metes

Compreendo o que a mulher sofre
Com esse ouriço de barbudo
E te cobre
Que raspes isso tudo

Experimenta uns pensos
Talvez dê
Se precisares de cuidados intensos
Já sabes porquê

Mas homem que é homem
Não se dá por menos
Se mal semeado não convém
Se de esfregão, só (n)os lixamos

Nuno Lopes

Joana... pousa, pousa, pousa...


Menina dos caracóis
E do sorriso largo
E não te esquecendo pois,
Que és do Porto, carago!

Tens andado desaparecida
Talvez do trabalho seja
Mas isso não é vida
Quem só disso faz e não festeja

Gostas de ir à Missa por certo
Ouvir o Borga, ou não será?
Mas não deixas de perto
Não saber como a noite está

Ai e o teu lacinho
Do teu vestidinho
É para desembrulhar o presente
Do Esperançoso que te tente

Nuno Lopes

Enxerta-me forte


Já dizia a música
Não sejas má para mim
Mas porque me bates assim
Que a dor já ultrapassa a física

Mas o que se passa com as mulheres?
Serão assim tão más
Ou, enganas-me como queres
Que pouca importância te faz

Vou rezar
Que arranjes um moço para te dar
Uma porrada, de beijos
Que hás-de acreditar que seja o maior do teu ensejo

Moço esse que te há-de amansar
Ou será amassar?
Já nem se sabe
Que te calhe a sorte do que o bem não se acabe

Nuno Lopes

Gata... funhos...

Eu sou uma gata
Que levo os meus encantos
Que sempre desata
A rogar aos Santos

Rogas para que haja adoptantes
E deem carinho
E pelo caminho
Mostrem os seus Gatos interessantes

Chama-te Helena
E de Troia não serás
Mas não ficas serena
Do mal que aos animais faz

Mas que por bicho foste mordida
Espero que por um felino
Esta é a tua vida
Mais que isso um destino

Nuno Lopes

Salv...é

Chama-se Salvador,
E não é Deus nosso Senhor
É um menino
Que teve este destino

Filósofo há-de ser
Como a Mãe que o gerou
Mas ainda não ensinou
O dom que há-de ter

Um dia serei o seu Mestre
Sem desprimor, para o Homem de Almada
Mas enquanto ele ainda pedestre
Vai tentando a sua gatinhada

Ó Diana também levas um dom
De fazer um filho tão bom
Que há-de resplandecer
Neste mundo que o há-de ver

Nuno Lopes

Dinheiro promiscuo


Dinheiro que voas
Quem te deu as asas
Pelas minhas mãos passas
E logo vais para outras pessoas

Mas que tens
Medo de mim?
Ou não convéns
Que te tratem assim

O dinheiro é um diabo
Que nas mãos levas lhe as queimar
E para sempre acabo
Há espera de mais para contar

Não me cola
Nas palmas,
Esse sacola
Que, para outras saltas

Nuno Lopes

Um dia...



Um dia vou dizer-te adeus
Mas não levas as mágoas
Dos encantos teus
Que me levam ás lágrimas

Confesso-me aqui
Não gostei da primeira vez que te vi
Precisei de tempo para te apreciar
Mas depois, não houve demora em te levar

Um casamento feliz
Que tanto me fizeste render
E o meu dinheiro perder
E não me escapastes, foi por um triz

Ai as curvas que devoramos
As cacetadas que levamos
As dores de costas que provocamos
Não havia meio de pararmos

Houvesse gasolina
E muita adenalina
Ah carro dos diabos
Que não houvesse dia que fossemos multados

Não me levem a pensar
Que seja assassino
Mas acaba ele de levar
A fatalidade do destino

Não, para a sucata não é
Mas haja que quem dele bem o trate
Antes de ir para abate
E continue-lhe a pisar bem o pé...

Nuno Lopes

Inferno Terreno



Há um peso que levamos
Que nos entorpece a alma
Mas pior é quando pensamos
Que nada há mais que nos acalma

Mas a vida é assim tão leve, será?
Por certo, anda tudo a voar
Esses que dizem, que nada os deve incomodar
E desta vida, nunca "apanham na pá"

Ah como gostava de fazer
Parte desse clube, dos eternos voadores
E receber desses favores
Da boa vida que se pode ter

É vê-los bater as asas
De tamanha felicidade
Será que se tomam da realidade
De quem, cá por baixo vai puxando as brasas...?

Nuno Lopes

Bipolar


Vives por ente dois mundos
O quanto isso te angustia
Não vês nos mais profundos
A esperança de isso passar um dia

Ó que não desejava ser apanhada
Disto que te provoca
Uma vida desregulada
Que aos outros, tudo choca

Serei normal? O que se passa comigo
Aonde não consigo estar
Nem tão pouco ultrapassar
A lidar com isto, não mais consigo

Vida, vida, vida, por quem me tomaste
E o que havia de calhar em sorte
Com esta doença me apanhaste
Com que carrego até à morte

Nunca posso esperar de mim
Ou saber que seja
Ou aonde quer que esteja
Que assistam ao meu fim

Isto é dor
Tenho um pavor
Do que se me toma
Que esquecer não há outra forma

Sou Bipolar
Pode não ser recomendável
Com isto lidar

Mas se fores impecável
Podes reparar
O quanto me fazes estável

Só vos peço, que me compreendam
Pois não há no mundo
Desejo mais profundo
Que todos me entendam

Nuno Lopes

Palmos


Gabo-te a grandeza
Por seres o que és
Mas que não é de certeza
Do que medes da cabeça aos pés

És um Homem farto
Que mais se deseja
Não será só pelo trato
Que se veja

O que quero dizer
É, que isso mora aí dentro
Que todos podem ter
Todo o seu bom intento

Não somos grande pela fita
Mas pelo que a capacidade permita
Então só isto terás de valorizar
E um grande Homem o poderás demonstrar

Nuno Lopes

Decifrando enigmas


Pedes-me que te possa trazer
Rimas do que és
Espera até o fazer
Conseguindo ver-te, da cabeça aos pés
Isto é coisa que poderá ter
Se esperares e um dia vês
O que te queira dizer

Do tempo tudo se faz
E é com isso que serei capaz

Tenho de admitir
Entender-te não é fácil
Mas acredito que hei-de conseguir
Por aqui mesmo que se torne difícil
Ou não fosse eu, Homem de fazer o que há-de vir

Para acreditar que sou capaz
Altiva-se-me o pensamento
Resultado disso o que me traz
Aquilo que te direi a certo momento

Tenta esperar
E com isso te irei agradar

Compões-te de mistérios
O que não é tão desvendável
Mesmo que pelos os meus critérios
Pode até ser alcançável
Resposta terás
Eu sei que desejas
Espera um pouco e verás
No que te possa dizer
De quem sejas
Eu só posso prever
Resposta essa, irá quando menos prevejas

Nuno Lopes

Cansaços


Aí vais andar
Nessa correria
Arfando assim, só pedes para parar

Se há dias
Onde nos sentimos
Fatigados, só pedias
Inventar momentos
Ao alcance do que querias

Gostas de ser tomada
Onde o sono te espera
Matar quando te sentes cansada
Em que um dia encerra
Só assim, não pedirias mais nada.

Num descanso desejado
Esperas pelo fim dos dias
Vês o tão esperado
Ensejo do dos descansos que pedias
Sentido que um dia foi passado

Nuno Lopes

Olhares

Menina dos olhos castanhos
Que me fazes prender o olhar
Que com esses encantos
Me acabas por cegar

Quem de deu esse olhos, menina linda?
Que me levam a derreter
De tanto querer
O que aí mora é coisa, que não prescinda

Ai o meu desejo
Daquilo que vejo
Que me só me mata
Essa beleza farta

Os olhos que trazes
Guarda-os bem
O que deles vem
Só podem guardar, o bem que fazes...

Nuno Lopes

Psico-Diagnósticos

Julgava que estava transtornado
Mas o Médico depressa me refrescou as ideias:
Ó Homem, o que você tem inventado?
Essas coisas, que na cabeça semeias

Mas: Ó Senhor Doutor,
Sinto ali uma dor...
E quando, não aparece um tremor
Trato eu, do auto-diagnóstico para me pôr

Você não está mesmo quietinho
Tem de arranjar um caldinho
Para ter de inventar a cura
Para um mal que não lhe sutura

Mas então, o que eu faço?
Foi só para me ocupar
Aquilo que me julgava incomodar
Por um pedaço

Nuno Lopes

Palavras (guardadas) *

Palavras são palavras
E por letras construidas
Palavras que tudo dizem
E como o fogo te atingem

A minha palavra te dou
Se de mim as ouvires
Dizendo-te que, estou aqui para me sentires
Acredita que são minhas
E a ti dedicado
Num poema de palavras sentidas
E pela minha mão marcado
Palavras... Palavras... Palavras
Significam tudo o que dizem
São sentimentos, tristezas ou alegrias
As minhas palavras que trazem
O que no peito sentia
E da minha boca, são estas, as palavras que saem...

Nuno Lopes

Recordar, Reconhecer, Reviver...


Tive um amigo que me ensinou
O valor que lhe devia
Que tanto me dedicou
O que por mim fazia

Mas eu reconheci
Toda a sua amizade
Com ele permaneci
Como amigo de verdade

É aqui que reconheci o valor
Seja na alegria, seja na dor
Que por muito que fizesses
Na minha vida que permaneces

Concordemos ou não
Nada que não seja só felicidade
Que não nos falte a capacidade
De cumprirmos a nossa obrigação

É o nosso caminho
Para quê separarmos
Mesmo que corra sozinho
Sei que continuaremos apoiarmos

A amizade é um casamento
E é por ti que eu tento
Ter-te na minha vida
Que és para mim a coisa mais bem conseguida

Ó Amizade essa que valeu!
Coisa que não nos falte
A paz que nos deu
E a Guerra nos exalte

Mas se é guerra, que precisamos de batalhar
É saudável
É bem alcançável
És só tu que quero ganhar

Amigo, amigo, pode ocorrer
Uma separação
Mas que só o seja quando morrer
Mas que nunca te falte no coração

Dêmo-nos por gratos
Isto que estimamos
Julgo que nunca ficaremos fartos
Do valor que lhe damos

Exige-mos sacrifícios, é verdade
Mas nada disso importa
Se o faço por ti, é de boa vontade

Há gente morta
Que mesmo de verdade
Gostaria de viver para acreditar, que lhe bate à porta

Dou a vida por ti
Que a morte é me impossível
Mas se morto estivesse disponivel
Desceria para te dizer aquilo que senti

Lembremos sempre disso
Essa amizade que é de valor
É que preciso
Aquilo que chamamos de amor

Mas não confundamos
Um amor-amigo
(E), é do que precisamos
Sentir que podemos contar contigo

Mas isto é uma dádiva
Amizades como estas
Que sempre seja, festas
Mas nunca tome uma forma cansativa

Que nada é dado
Então, com sacrifícios
E só por nós isso será alcançado

Pelos nossos princípios
Do que nos possa ser desejado
Mesmo no fim de todos os suplicios

E por aqui termino.
Quando tudo haveria por dizer
No que acrescentamos no destino
Que deixemos amizade acontecer

Nuno Lopes

Amar também dá p'ra rimar



Um dia dizia
Que tudo fazia
O mundo movia
por tudo que pedia

Que ensejo
Do teu desejo
Que não tinhas pejo

Só por ti
O que senti
E tanto vivi
E do que perdi

Amar assim é
Não perder a fé
Mantendo em pé

Momentos de dor
Leva-nos o amor
Para que lado for
E sem qualquer pudor

Ter-te já
Quando não está
Para o lado que Amor vá

Tanto te desejava
E por nada escapava
Tudo o que dava
E da forma que te amava

Ter a capacidade de ver
Tanto de ler
Não te desejando perder

Tudo que fazemos
Pelo amor que temos
No máximo que pudemos
Se sentir que o perdemos

Amar assim é
Não perder a fé
E mantendo-o em pé

Tudo o que fazíamos
Tudo o que vivíamos
Mais não pedíamos
Pelo que pelo outro sentíamos

Queria sentir
O que pudesse pedir
Sem te mentir

Saber quem sou?
Amor que perdoou
Ou aquele que amou
E tanto em ti pensou

O que ele no faz
Ou tanto nos traz
De amar assim se fores capaz

Quero Voltar
Assim Amar
E um dar
O que acabou por faltar

 Nuno Lopes

Necessidades

Quando julgamos que sim
Seja infidelidade a primeira causa de divórcio
Mas vão por mim
Que não é isso que dá cabo do negócio...

Aos meus caros comparsas, tenham lá cuidado
Quando forem urinar
Deixar a tampa de lado
Ao contrário, a guerra que vai instalar

Creio que compreendam
Este meu esclarecimento
Antes que elas se ofendam
E isso dê cabo do casamento

Não lhes podemos provocar
Esse sistema nervoso
Ou, podem arranjar um advogado oficioso
Para logo, vos representar

Nuno Lopes

Mão na massa

Tu queres comigo aprender
A melhor forma de amassar o pão
Com força na mão
Até mais não puder

Anda ali comigo ao armazém
Buscar a farinha
Que sem ela nem,
Consegues tender a massinha

Ó formosa, tão bem que trabalhas
Que não seria a primeira vez, era capaz de jurar
O teu jeito de amassar
Que se o fazes, que bem, não é ao calhas


Deixa-me pegar na tua mão
E conduzir-te na forma de enrolar o pão
E no fim de cozido
Deliciar-te-ás deste produto merecido

Nuno Lopes

Palpações carnais

Um dia apalpei-te o rabo
E tu com o teu sorriso matreiro
Do que tinha dado cabo
Com a palmada que fui certeiro

Ai que tu bem me provocaste!
Que coube tão bem em mim
Eu sei bem que gostastes
Que te enxertasse assim

Ó santas maluquices
A que um homem não lhe escapa
Esses pequenos fetiches
Que mandamos à socapa

As mãos servem para tal
Poder provar o que tem
Coisa essa que sabe tão bem
De alimentar o prazer carnal

Nuno Lopes

A cela que guardas no peito


O homem é bandido
Que assalta o coração
Da mulher quando lhe é pedido
Que não lhe cabe outra opção

Prendam esse ladrão
Que lhe é merecida a prisão
Que dá cabo da vida
Dessa mulher querida

Tem valor o teu órgão cardiaco
Senão nem isso os levava
A a por a mão que roubava
Que um dia o deixaria rico

São uns sacanas esse seres
Mas que tanto queres
Mesmo que não admitas
Que por isso toda derretida ficas

Nuno Lopes

Pinça...ladas


Hoje fui de visita à esteticista
Cuidar das sobrancelhas
Para que em mim vejas
O que não te pode faltar à vista

A um homem também lhe é merecido cuidar
Coisas essas que não lhes cabe só a elas
Do seu corpo o mais que pode zelar,
Para realçar as coisas mais belas

Será aos teus olhos que deixarei escapar?
A beleza que posso transbordar
À espera que ligues pevide
Do que acima do meu olhar reside

Descobre a minha beleza
Que ela existe concerteza!
Mesmo que seja feiura que muitos achem
É aos teus olhos que quero que não escapem!

Nuno Lopes

Hi!

Hoje deste-me um sinal
Quando julgava que te tivesse perdido no tempo
Não quero que ficasses com o pressentimento
De não te poder ligar fosse por mal

Não me esqueço do que passamos
Que tão bem guardo neste recanto
Mesmo do que não conseguimos
Levar o desejo contigo estar no teu manto

Ó minha querida, tu que me fizestes
Acreditar no Amor por momentos
E comigo tanto quisestes
Partilhar esses sentimentos

Eu só sei o que foi difícil
Mesmo, pelo tão bom que vivemos
Amar assim era fácil,
Mesmo, pelo muito que quiséssemos

Nuno Lopes

Pede-me...

Se te chateio por alguma razão
Será por tanto que sinto
O desejo de dizer o que corre no coração...
E acredita, se o que te digo não te minto

Eu sei que me adoras
Senão, nem isso, me ligavas
E, nem aí disponivel estavas,
Para nos perdermos por entre as horas

Não sei se em ti vês
Esses teus dons com que me cativam
Que por mais que os meus dedos por aqui te digam
Se o que te confesso, seja coisa que crês

Ó minha querida Ana,
Não sou a pessoa que com isto te engana
Se sou dos teus desejos, mesmo, podes acreditar
Que tenho tanto na vida que te possa dar...

Nuno Lopes

Carteiro da madrugada

Deixei cartas à tua porta
Quando passava pela madrugada
Estavas tu morta
Na tua cama descansada

Quem seria, esse maluco que me escrevia?
Que até me assustava
Que nunca houve dia
Que não visse as cartas que deixava

Um dia por azar
Quando no momento do crime
Vem o teu Pai a passar
Pensei: Fodi-me

Meio atrapalhado lá lhe pedi
Para ver se te entregava
A carta que não meti
Pelo azar que me calhava

Nuno Lopes

Todo o homem precisa de porrada

Ó minhas donzelas ricas
Deixem-se dos psico-joguinhos que são mestres
Mostrem-nos as vossas genicas
E armem-se em cafagestes

Partam-lhes os ossos
Deem-lhe cabo dos tremoços
Não há homem que aguente
Esse prazer que se sente

Seja na cama ou no bidé
Provoquem os vossos amanssos
Até que que ele não consiga por de pé
O que lhe os deixará tansos

Todos nós desejamos
Mulheres de força
É por essas que alcançamos
Nem que a "porca torça"!

Nuno Lopes

Sei(os) bem...


Essas montanhas
Que tão bem guardas no teu peito
Que queremos descobrir até às entranhas
E por fim descansar no teu leito

Ai que marmelinhos que tu tens ó moça
De deixar os homens gulosos
Que ficam tão desejosos
Que lhes apetece, fazê-los arrebitar a toda força

O problema deles, de tanto gostar
É tê-los separados quando era altura de mamar
Por isso compreendam as nossas necessidades
O que fazemos, pelas virtudes que possuem é de boas vontades

Vontades de acariciar
Vontades de agarrar
Que vos faça sentir
Todo o prazer que daí pode vir

Nuno Lopes

Cabides


Deixaste-me pendurado
Num sito bem distante
Fiquei amargurado
Que me chateou bastante

Mas de que vale correr por ti
Se logo isso me demonstrastes
Que para principio, logo falhastes
E de qualquer intenção logo parti

Mas tens palavras?
Ou, como me mandas-te logo às favas
Ainda bem que logo reparei
O meu esforço não valia por pelo que te dei

Vai esperando que te bata à porta
Esse príncipe encantado
Que a isso não sou dado
A gente que não se importa

Nuno Lopes

Por trás do que escondes


Eu caio na asneira
E ainda bem que sim!
Pois não lhe vejo outra maneira
De aprender por mim

Menino não serei
E bem comportado não certamente
Mas de alguma forma sei
Sou genuíno do que mais conheço d'Agente

O que muitos me aparentem
Que de certa forma, mentem
São os mais bajulados
Mas desses nem os quero dados

Quero me demonstres o que és
Sem peneiras
Que por certo, há muitas maneiras
De cagar os pés

Nuno Lopes

Coragem!


Enche este meu mundo de esperança
De tudo o que a tua vida me traz
Será nessa dança
Que assim me sentirei capaz

Quando não lhe pego
Sinto em mim um desassossego
Da esperança que aqui jaz
E tanta falta me faz

Ó sorte a minha
Querer voltar a ter
A esperança que tinha
Que me fazia viver

É que perco mesmo a minha
Ou, como posso perder se não a possuo?
Essa esperança que me convinha
E poder acreditar, no mundo que construo!

Nuno Lopes

Primeiro/Último? Nunca se sabe...

E quando, o primeiro encontro pode ser mágico
Que é nele que apostamos
Nunca o saberemos, se o ultimo se tornará trágico
Que nunca nisso pensamos

A vida assim é, um vai-e-vem
Se aceitamos ou não
As surpresas que ela tem
Nos pratos que pesam entre a Ilusão e Desilusão

Não desejamos incómodos
Do que mal nos traz
Só queremos o bem que nos faz
Que não percebemos os seus modos

Mas ela não te chateia? Eu pergunto...
Estás vivo afinal?
Ou não queres tomar o assunto
Do que ela te deseja, bem, ou mal...

Nuno Lopes

Desafios


Se por uma mulher me sacrifiquei
E se sei bem pelo que fiz
Mas pelo muito que tentei
Se me salvei foi por um triz

Elas confrontam-nos ao perigo
Se conseguires suportar
O desafio que trazes contigo
E esse jogo, que te fazem jogar

Podes tudo apostar
O risco que transportas
Poderá até ganhar
A quem lances as tuas apostas

Perdi eu todos os meus meios
De ter o que levava em jogo
Trago todos os meus receios
Mas não desisto de apostar de novo

Nuno Lopes