quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Podes contar comigo!


É o que conta! Sabermos que alguém, pode estar sempre ali para nós. Como nós aos outros. Contamos uns para os outros e é isso que vale nas relações humanas. Não existe alguém que não tenha um pouco de selectividade, procuramos sempre nas nossas relações a pessoa que pode estar para nós. Presente! Eu sou selectivo não o nego, procuro o melhor de e para mim, e as pessoas que devem fazer parte da minha vida deverão sê-lo especiais, não desejo ninguém que não queira fazer parte de um grupo que é o meu e não marque com a sua presença, então sendo duro, isso de nada vale. Números!? A minha matemática é simples… não procuro ser popular, como o que verifico muito hoje, que ter, os supostos amigos (aquilo que chamam, mas, não passam de algumas estátuas) é estar in. Eu não sou in. Nisso estou out! Cada pessoa para mim é especial e devo-o, mas também tem de revelar aquilo que é para mim e eu demonstrarei aquilo que sou.

Eu não tenho amigos. Eu sou amigo! É isto que se deve lembrar. Não me reservo pela quantidade de pessoas que se incluem na minha vida. Nunca foi sinónimo de nada. Mas alguns assim o acham, o que desejo é a presença daqueles, poucos, que querem fazer parte de mim. E é isso que eu me dou aos outros, poder ter o meu tempo para lhes dedicar. Ter muito torna-se limitado, quando pensamos que não.

Queres a minha amizade? Tê-la-ás! Mas não é dada. Não a posso desperdiçar. Faz-se (o muito que se tem) por ela. É uma coisa que me vou dando com o tempo que corre. Não sou amigo no primeiro dia que conheço, vou sendo nos últimos dias que vou tendo para ti. A cada um vais-me conquistando, o que fizeres por isso. Se ficas parado, algo se desvanece, morre! E eu não estou aqui para matar amizades, estou para lhes dar vida! E ela é isso, a vida que damos, o que lhe damos e o que constrói nas nossas pequenas e grandiosas vivências.

Vou sendo amigos aos poucos, se tudo desse, perderíamos o valor que ela tem, mas não digo que não dê tudo por um amigo, faço-o se realmente necessário. Temos de saber aquilo que damos. Amizade é dar, não negar que recebemos e sabermos que é partilha.

O que não é amizade, mas aquilo que chamamos de amigos, aquilo que dizemos faz parte do nossos números, faz parte da nossa vida, não o podemos negar, mas não tem o peso especial do que é para nós um amigo. Como chamamos de amigos a todo o mundo. Eu não estou em saldos para o ser.

O que posso contar (não é os números que não estou aqui a contabilizar nada nem a fazer contas de cabeça. De cabeça é só aquilo que tenho, do que me lembro os meus amigos. Estou a sim a crer-me, que posso contar, destes) de ti, espero-o sempre, como de mim darei de tudo o que me é permitido dar para ti. Nada é fácil e dar-me de mim tem os seus custos, mas de nada te faço pagar ou cobro por isso, afinal não sou aqui nenhum cobrador do fraque.

Sou aquilo que é simples, um amigo, e complexo por si!

2 comentários:

  1. Neste belíssimo texto descortino duas verdades supremas sobre a amizade.

    Primeiro, a abismal diferença entre os genuínos amigos e aqueles conhecidos das rotinas do quotidiano que são rotulados facilmente como tal.

    Segundo, o necessário espírito de entrega, de altruísmo que é necessário para se ser amigo. E sublinho o ser amigo, não o ter amigos. Normalmente se questiona se os outros serão ou não bons amigos para nós quando é realmente verdade que é quando nos preocupamos em ser amigos que o resto acontece.

    Pessoalmente agradeço-te a pertinência do texto porque fala com dignidade e acutilância de um tema que me é querido e que, para meu desgosto, recentemente tenho falhado pontualmente. Por medos e complexos. É bom ver que de vez em quando a providência nos dá umas correctivas pelos meios mais inusitados.
    Obrigado. Abraço!

    ResponderEliminar
  2. Um obrigado mútuo. :)

    Eu valorizo muito amizade, talvez até demasiado (talvez não se deva a desperdiçar, e se o for que seja quem o merece. Não um desperdicio, mas, um aproveitamento) assim que seja pessoa de poucos amigoa, mas alguém que eu possa me sempre lembrar e não me sentir perdido no meio de tantas caras.

    Aqui toca, o que referimos ambos, não se sabe (penso) distanciar a amizade de colegas e/ou conhecidoa, hoje toda a gente é amiga de todo o mundo, sem conhecer o lado de lá.

    Existe sempre um amigo à espera que algo aconteça, ou vai acontecer... força! :)

    Um grande abraço ;)

    ResponderEliminar