sábado, 9 de outubro de 2010

As mortes da vida


Já dizia por palavras Pedro Paixão: nós não morremos só uma vez na vida mas muitas vezes! Ao que digo no que concordo, não será só esse fim que nos apresenta: Muitas vezes confrontamo-nos com muitos fins, que, ou se nos põem à prova, como findar de um capítulo, para começarmos uma nova etapa e começarmos a viver novamente. São essas mortes que fazem parte da nossa vida.


Por algumas vezes, não as aceitamos, ou ainda, com algumas dificuldades tentamos transpor isso e por alturas não conseguimos evitar essas pequenas mortes.

Quantas vezes não dizemos, quando algo finda e não desejamos continuar a investir nisso, assim dizemos: para mim morreu; ou, estou morto de cansaço! Vemos essas e as que são as nossas mortes na vida. Quando uma relação, um projecto, um objectivo, uma amizade, a confiança, ou tudo o que assim consideremos, a morte que lhe damos. Não que algo não possa ressuscitar, e também dá-se pequenos milagres e estes são sempre possíveis de presenciar e acreditar que eles sim, existem.

Muitas vezes vamos adiando a própria, acreditando na esperança, mas que pode chegar uma altura, por muitos cuidados que prestemos não existe forma de evitá-la. Também aqui leva ao sofrimento, a dor daquilo que perdemos e não será a usual morte de um corpo. Ela está em tudo ou em todo o lado, nas pequeníssimas coisas ou no que nem se nos dêmos conta. É uma vida carregada de morte. Mas muitas vezes renascemos para ela e assim nos cativa novas coisas, novas etapas, mas o que enterramos fica sempre marcando o seu lugar, digamos que é sempre a nossa cruz que espetamos.

Assim também, há o que exista para dar vida à nossa morte que vivemos, em determinado momento é isto e são estas pessoas que nos seguram a que não nos deixemos levar de todo, por ela e assim, numa frase diríamos que seria ...a morte do artista; Não podemos levar-nos pelo seu vento, pela brisa que por vezes nos faz arrepiar, já quando dizem que ela é um sopro! Viver a nossa morte na vida, no seu extremo, é a nossa morte! E nós não desejamos isso por certo! O que precisamos e ainda muito, é saber lidar com ela, vivê-la de forma a que não nos sintamos transtornados.

Quantas vezes não morri por certas coisas, não fiz nascer outras, e não matei ainda demais muitas outras, são mortes de vida, natural ou tão como aquela que tão bem sabemos quando chega o nosso fim. Ainda muitas acredito que passarei, mas que fazendo sempre o meu luto por elas que julgo sempre necessário me faz compreender e dar o valor que me mereceu se foi o caso assim.

Morte não é só no fim da vida, ela está tão espalhada pelas nossas vivências que nem nos dêmos conta ou aceitá-la.

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