domingo, 10 de outubro de 2010

Quando a vida nos passa ao lado


O motorista do autocarro da empresa Transportes Sul do Tejo (TST) seguia, ontem de manhã, rumo à Praça de Espanha, em Lisboa, quando, a meio da ponte 25 de Abril, viu um homem a querer atirar-se à água. Eram cerca das 10h45. Não hesitou: parou a carreira, com dezenas de passageiros no interior, e foi falar com a vítima, que já estava com uma perna para lá da vedação, convencendo-a a não se suicidar. Ao que o CM apurou, o homem, de 37 anos, está a passar por um divórcio e na altura em que foi salvo estava transtornado e a chorar – em estado de choque. Foi transportado ao Hospital de Santa Maria, onde recupera. Terá sido a primeira vez que tentou o suicídio.

Algumas testemunhas disseram ao CM que, a princípio, o condutor não estava a conseguir convencer o homem, mas, após lhe ter dado um abraço e falado com ele mais de quinze minutos, encaminhou-o para a via e chamou o 112, que enviou para o local uma equipa médica.

A PSP esteve no local e o trânsito esteve cortado no sentido Sul-Norte cerca de meia hora, provocando longas filas. De referir que o autocarro número 162 fazia o percurso entre a Quinta do Brasileiro, no Seixal, e a Praça de Espanha, em Lisboa. O CM tentou obter uma reacção junto da empresa de transportes TST, mas tal não foi possível até à hora de fecho da edição.


in CM


Quantas vezes não passamos ao lado de vidas, dessas vidas que por um instante, um breve momento poderão cair na fatalidade de cometer algo contra si e a sua vida. E também por assim tão perto da morte. O nosso comodismo ou egoísmo nos faz com que não possamos salvar vidas, ou muito a não-aceitação de tudo isto, de uma pessoa que veja como a única solução a morte, quando muito pela ignorância e a desvalorização destas ou dos sinais que dão revelem os seus desejos e pôr fim ao sofrimento por que passam.

O suicídio é o pó debaixo do nosso tapete, sempre acumular sem dele querermos saber, não compreendo, quando a mim muito me preocupa e de nada disto se fala e discute aonde não existe acções preventivas para tentar erradicar tudo isto, quando tão pouco se sabe que o próprio já há muito ultrapassou as mortes naturais, dominada anteriormente pela a mortalidade nas estradas e isto sempre em tendências de crescer nada ou tão pouco se faz! Aqui só revela então o preconceito existente por ele.

Sabemos nós o sofrimento causador para que uma pessoa cometa este acto? Imenso! Que ultrapassa em tudo e a toda capacidade de uma pessoa racionalmente pensar nas alternativas de pensar ultrapassar as suas dificuldades, e quando mais aqui seria preciso o apoio das pessoas, afastamento é maior, pois nós, tão pouco temos a paciência para ouvir o problema dos outros, ficando e sentindo-se ainda,mais uma pessoa sozinha no mundo, e assim sentido que a pessoa perde pela vida.

Destaco esta noticia pela coragem e atitude desta pessoa que muitos tão pouco foram capazes de fazes para salvar uma vida e pelo gesto que teve que merece mais do que palavas, mereceria ser condecorado e ovacionado pelo que fez, só revela que no meio de tudo existe uma pequena humanidade em nós.

E que essa pessoa se reencontre, consiga prosseguir e tomar o rumo da vida, e como esta muitas demais.


(Aconselho ver o documentário: A ponte)

Sem comentários:

Enviar um comentário