quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Um grito mudo que nos invade...



Por vezes, ou quando muitas vezes nos apetece gritar bem alto, expor cá para fora esse grito que nos pesa, mas não conseguimos, ou se sair, sai de uma rouquidão profunda, é um sinal que queremos dar ao mundo, mas mais a nós próprios que algo se atravessa na nossa garganta e assim o teremos de despejar, tirar…

A nossa vida faz-nos interiorizar muito, ou tudo, mas por vezes não suportamos o que contemos cá dentro, faz-nos assim gritar (não berrar! meus amigos) e nas nossas pequenas forças sai-nos esse grito mudo, ou a sensação de que as perdemos, mas temos de ganhar, temos de gritar, gritar alto, bem sonoro, que alguém nos ouça, e saiba, ou mais compreenda aquilo que temos para dizer ao mundo e não podemos consentir que fique no nosso âmago a remoer, e guardado no nosso silêncio, a criar essa dor no peito que nos provoca.

Todos nós deveríamos ter uma montanha só para nós (numa natureza não tão perfeita!...) para que pudéssemos assim gritar e receber de volta o eco que ela nos dá, ouvir esse mesmo grito, e não silenciá-lo dentro de nós, quantas vezes quiséssemos, subir ao alto e procurar esse mesmo sítio que nos dá as respostas que queremos ouvir, o nosso próprio grito.

Seja um grito de raiva, de fraqueza (…), ou qualquer outro que queremos assim dizer que por palavras ou à nossa maneira exprimir aquilo que queremos dizer e nos falta essa coragem, sim é preciso coragem, muita!

Mas que tenhamos controlo sobre nós e o pratiquemos sozinhos, ou não descarregar no nosso próximo, que a melhor comunicação é falarmos abertamente e com a melhor consideração…

Os nossos gritos são só nossos, que não valem a pena ser guardados, mas sim expurgados.

Faz-me lembrar assim uma velhinha música, Gritos mudos, mas que cantemos, será uma forma de o dizermos melodicamente.

1 comentário:

  1. Pôr cara fora faz mesmo muita falta, caro Nuno.
    E tens toda a razão: é um óptimo purgante.
    :)

    R.

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