terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Fotogramas...


A nossa memória funciona com pequenas imagens, recordações que nos assaltam como de fotogramas se tratassem. Temos na nossa camera os sentidos, a forma de captarmos o que nos rodeia e que assim revelaremos na nossa mente. Fotógrafos sem camera a que captamos momentos, momentos que farão sempre parte de nós, compomos os nosso postais ao qual escrevemos sempre no seu verso o seu significado, mais tarde que nos lembraremos e nos se avivará a memória.

Recordar pessoas, lugares, momentos. Carregaremos sempre a pequena memória do qual fazemos parte. Disto e de nós. Acontece por vezes se nos falhar a memória como às fotografias que se vão esbatendo no tempo, a sua tonalidade, o seu brilho, o encanto que por vezes se esvai. A nossas perdas, dela ou do que de nós faz parte. Perdemos assim partes de cada imagem que compõe o nosso filme fotográfico. Perdemos este e pessoas, que caracterizam o nosso quadro, ou ainda assim, que não o aconteça, quando significam algo para nós.

Obturadores que a cada momento, a cada instante revela a sua parte que fará de nós essa mesma parte. Por partes. Aquilo que faz de nós é o que buscamos das coisas e de nós. Partes. Que podemos complementar com outras que construiremos o nosso álbum. Álbum de memórias, o nosso pequeno baú que sempre o queiramos ou não, vasculharemos um dia.

Estive apreciar alguns momentos, recordar coisas que guardadas não saberia quando o faria, ou voltarei a fazer, mas que, por saiba bem ou por razões que nos provoquem outros sentimentos, a memória que não as apaga somos assaltados por breves, ou longos momentos vividos. E recordar também é viver. Não que algo morra de nós quando algo se vai que não a recordação.

Não consigo desfazer-me de muitas fotografias que guardo na minha cabeça, ou por o que queira fazer, nada se apaga se o desejamos fazer que o seja voluntariamente, o tempo o fará ou por vezes nem isso, que nem sempre controlamos a nossa máquina.

Sabe bem por vezes trocar fotografias e recordar as imagens que de nós ficam, oferecer o que trazemos de nós, dos outros aos outros, de nós aos outros ou daquilo que do mundo nos dá para os outros recebam o quer ganhamos deste, recebemos algo de um valor infindável que resumimos num pequeno papel. Esse papel é o que fazemos e o ele de nós faz parte. Por vezes rasgamos por estados de raiva, ou arrependimento, a que tentamos colar a cada pedaço.

Hoje fui ao meu quarto escuro revelar imagens, imagens que ficaram guardadas, á espera de um dia ver a sua luz e formar-se no papel…

2 comentários:

  1. É muito bom estar de vez em quando nesse quarto. Por todas as razões. As boas e as menos boas.

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  2. Seremos nós os reveladores da própria vida. Talvez esse quarto seja o sinónimo de quando queremos reavivar e fazer a nossa rectrospectiva daquilo que vivemos. Um pequeno quarto escuro aonde nada nos distrai e nos dedicamos ao nosso bom tempo em trazer o que de nós faz parte aos nossos olhos. Como dizes bom ou não, são sempre parte de nós.

    Um abraço :)

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