domingo, 7 de novembro de 2010

As mortalidades da vida...



Já dizia Pedro Paixão, “Nós não morremos uma vez só na vida, morremos muitas”, é verdade meus amigos, quantas vezes não estamos a rezar o nosso luto? Aquela pessoa que perdemos, o projecto que termina, a relação que acaba, tanta coisa que temos de o fazer mesmo, lidamos com a morte, as nossas mortes e não nos apercebemos, tal como aquela que única que pensamos que nos custa na maior imensidão, que nos dói, tantos lutos temos e nos difícil ou custoso é de ultrapassar. Não nos queremos cruzar com ele, mas tanto faz parte de nós que é isso que nos custa. E porquê? Porque estamos vivos. Depois de passarmos a validade nada nos custa, só a quem aqui estar para viver essa perda que somos nós. Assim nosso luto que o deveria ser transfigura-se para outras pessoas.

Lutos há que terminam e começam numa nova vida, que seria e pode ser isso que nos motive. Assim estamos a colocar esperanças em nós, estamos na busca de algo que minimize a nossa dor e nos faça centrar no melhor que assim achemos.

Tal e qual o luto, não gostamos e não queremos perder, mas podemos sempre o ter? Julgo que não! Exige-nos assim (os maiores dos nossos) sacrifícios. Tudo nos pede isso e a forma de puder ultrapassar a mortes que com que nos lidamos é tão grande, de uma enorme intensidade que, nos pede as maiores forças de nós. Tanto nos pede isso, a vida, ou assim, as nossas mortes.

A vida não nos prepara para a morte, faz-nos confrontar com ela que vamos retirando sempre algo, talvez nos dê algumas ajudas, ou não que de todo, temos de aprender, a viver, viver as nossas mortes. Perdas dolorosas ou por muito, mais que isso. Assim pensamos (que) o quanto nos custa de viver. Viver com a morte ao nosso lado, a cada dia, cada momento, então talvez empregue uma expressão ao contrário, somos uns vivos-mortos.

Esta é a nossa mortalidade da vida, muitos se acham que não deveremos falar disso, tão intrinsecamente que está apegada em nós, mas para lidar, e saber, é preciso falar delas, aceitá-las, e seguir a nossa vida, o nosso rumo, que ela não pára, ou não o deverá ser assim. A morte é que nos deixa a marca da vida e esta sobrepõe-se a ela.

A morte pode ser o desencadear à mudança, que façamos por isso, não nos deixemos tomar por ela, que essa sim, pode ser a nossa morte, e nós não o desejamos. Talvez não! Vivam e enterrem isso. Mas quando necessário ajeitando umas flores para embelezar a nossa campa.

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