sábado, 13 de novembro de 2010

Um adeus, que soa, até breve...


Pergunto, quem tem a coragem deste grandioso senhor, dar-se aos outros e num gesto de cortesia dizer a adeus a quem passa, e a vida vai passando, o ritmo da cidade, como se passará ao esquecimento de muitos, como de alguns reconhecerão a aura de quem por ali passará e relembra a quem a isto se dedicava em nos congratular com tamanho gesto.

Eu nunca direi adeus, será sempre um até breve, porque muitos não partem e logo nos reencontramos, assim esta pequena e grandiosa pessoa fará parte da memória de muitos; mesmo se já não fazendo nosso quotidiano. São estas histórias que caracterizam e marcam um lugar. O lugar dele e de muitos que assim se cruzam. E por cumprimentos assim se saudavam.

Dizer-se um bom dia hoje é caro, por isso vê-se a pobreza que abunda. Mais pobres ficamos quando alguém que saúda, e deixa de o fazer, deixa saudosismo, claro!

Como é curioso, como muitos reconhecem a marca que o Sr. João deixava nas nossas vidas, muitos apelidavam de maluquinho, ou não sabendo a história por trás era um como tantos outros que vagabundeiam pelas nossas ruas. Mas maluquinho porquê!? Pela diferença da sua educação em nos querer dizer adeus? Se calhar somos nós que pensamos assim! Tão raro é na minha vida, alguém anónimo me dizer adeus, para não dizer nunca. Normal é fazer-se piretes e outros gestos ofensivos, e estes não são malucos, não senhor! Isto é que deve ser normal para muitos. Como estes valores e critérios andam trocados ou perdidos.

Normal deveria ser a educação e não a sua deselegância.

Mas assim se o chamam então maluco sou eu que penso que ele fazia para muitos seria uma saudável loucura, e que mais coragem, que muitos não a temos. A coragam essa, em nos dizer adeus num dia em que nos voltaremos a encontrar em breve. Se calhar não mais o encontremos ali fisicamente, mas irá sempre de encontro à nossa recordação. Estará sempre vivo por muitos adeus que nos tenha dito, não o foi com a intenção de mais não nos ver. Era apenas um gesto cortês que não mais hoje se vê.

Assim, um olá lhe é merecido no mundo a que veio partilhar connosco, mesmo que por isso já fosse passado, e um adeus que ia trocando seria a tradução de um olá.

Como é belo alguém dar tanto de si, receber em troca o que dava (para não contar certo insultos; isto é que é difícil de receber), de contribuir para um mundo mais solidário. É isto mesmo que precisamos… Mas vamos perdendo. Para não dizer, esta pessoa, por muito que tivéssemos ganho.


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