sexta-feira, 28 de maio de 2010

Vazios


Mas que vazio é esse que se vai apoderando do ser humano, a ausência da nossa essência que nos vai faltando, uma falta interior. Todos nos devemos cultivar, preenchermos de forma anular esse vazio, e é notório que por mais que nos cultivemos vai existindo um vazio maior, então como é possível ele existir quando mesmo assim nos tentamos preencher. O vazio existe sempre. Por muito que sejamos pessoas ricas interiormente nunca está ausente. O pior é quando ele se torna numa angústia.

Observamos o nosso mundo e assim pensamos o vazio que existe entre pessoas, ou assim, o vazio que existe entre nós e os outros, é assim uma distância que nos impede uma tal aproximação que sentimos a frieza deste mundo. Pensamos, um mundo vazio de pessoas vazias com mais um vazio de ideias. Assim é as ausências que notamos neste mundo.

Como lidamos com estes vazios, não o sabemos, é a falta de algo nas nossas capacidades que nos faltam para construir uma personalidade que nos constitua como seres preenchidos e regidos pelos nossos valores. E eles mesmos assim também nos faltam, valores, ausência deles que fazem do ser humano, pessoas menos instruídas interiormente.

Existe na maior angustia do vazio, o perder aquilo que mais amamos, sentimo-nos perdidos, da nossa maior natureza, e algo que nunca mais conseguiremos repor o que tínhamos anteriormente, coisas que ficam em nós e nos deixam as nossas marcas e um vazio maior, assim vemos com o vazio e ausência estão por demais interligados.

Mas como podemos preencher o que nos falta? Instruindo-nos. Arranjando formas de preencher o que pode ser a fórmula do nosso equilíbrio a que os pratos da nossa balança nunca penda para o lado mais negativo, que sinal será que estamos a cair num vazio que tão difícil será sairmos e ele pode ser muito infinito por si e nunca mais acabar. Precisamos assim de soluções para lidar com ele, aceitar nem que seja, e deixar nesse vazio o que não mais nos interessa.

Olhamos para tudo e o que vemos são coisas vazias, representadas de pouco interesse, ou que nada nos preencherá, e cada vez mais precisamos delas para nos preencher, mas que por vezes em bens materiais que de que pensamos o que pode preencher essa falha eles não tem uma essência interior que nos dê o alento que precisamos, tornam-se assim por certo, ás vezes coisas fúteis e inúteis. O que precisamos é de encontrar o nosso e equilíbrio e a nossa paz e isso é a nossa maior riqueza, algo que nos fará ver o valor que nós somos e temos, nossas capacidades.

Em cada coisa existe sempre um e os seus vazios, a cada pessoa, a cada olhar, a cada palavra, em sentimentos, memórias, pensamentos, acções, vazios d’alma que por a cada modo não consegue se despegar da ausência do vazio que nos acompanha.

Vivemos assim num mundo vazio, mesmo pela companhia que nos rodeia, assim nos sentimos, e cada vez mais, revela que ao preencher a nossa individualidade criamos esse vazio e essa frieza humana que toca nos relacionamentos que giram ao nosso redor. Não reparamos que precisamos dos outros para nos preencher, e assim vemos que não estamos sozinhos neste mundo, mas podemos senti-lo connosco próprios, e será esse o nosso mal, precisamos de valorizar a nossa companhia, saber estarmos connosco.

Assim se pergunta, o que fazemos para afastar o vazio que nos persegue? Quando vemos algo encontramos a resposta do que nos pode preencher. É aqui que pode estar o antídoto à nossa doença.



De meros vazios se constrói o recheio da existência
humana.

Hugo Hofmannsthal

Sem comentários:

Enviar um comentário