sábado, 26 de maio de 2012

Estados Limítrofes?



Poderia ser
Uma Laranja por inteiro
Mas acabei de ver
Que o corte foi certeiro

A faca que me abre
E me solta em dois gumes
E descubro os maus costumes
Que os extremos me cobre

Não sei o que seja
Respondes-me ó sabedoria
Que o meu mal quando fraqueja
Nem sei que faça quando é dia

O vazio que preenche
O intimo de um homem
Sinto que logo me feche
Apodera-se, os sentimentos que me sobem

Saber que se necessita
De alguém que nos dedica
A uma criança que nos habita
Que connosco sempre fica

Não sei se triste
Deva ficar
Isto que em mim existe
E por sempre tenha de levar

De mal em mim
Não há remédio
E não existe fim
Para terminar o que leva o tédio

Sou capaz de muito além
Como que quando, me magoam
Não quero ninguém
E nunca mais, pelo meu mal perdoam

Serei radical?
Se sou? Talvez seja
Se esse é o meu mal
Como mudar mesmo que o veja?

Tanto perco
Tanto iludo
Tanto cerco
O pouco que é tudo

O que podes formar?
Na minha personalidade podes pegar
Ou então não. Se a tivesse
Ou se alguma vez a perdesse

E podemos perder
O que nunca construimos?
Se alguma vez pudéssemos ter
O que nunca possuímos

Nunca quis saber disto
Nunca me interessou
Mas agora reparo no que sou
Quando me atormenta este misto

Talvez sejam monstruosidades
A quem não tem capacidades
De se encaixar no tal
Padrão de "Normal"

Temos começar tudo novamente?
O que sempre (talvez) neguei
Possa ser uma urgência premente
E compreender aquilo que de mim não sei

Estados... (de Alma)
Não sei se existe
Mas fico triste
Quando nada me acalma

Vivo na linha
Se devo
Quem por ela caminha
Quando desequilibro não percebo

É chato, assim devem dizer
Ou chato, é a tua pessoa...
Que posso fazer
Que este mal não me doa?

Talvez nascer novamente
E estruturar o que me faltou
Até chegar ao presente
E saber dizer quem sou

Há vidas que nos calham em azar
Eu tive sorte nisso
No que a mim havida de calhar
Aquilo que em nada preciso

Nem sei o que faço
Sincero sou, julgarei pelo menos
Que neste pedaço
Em mim incómodos não serão pequenos

Podem-me acusar
De um bombista
Que sou capaz de acabar
Com qualquer relação que exista

Doí no mais intimo de mim
Julgo pelo menos que isso não falta
Por ser assim
Os devaneios que me assalta

Sofro eu? Ou, sofrem os outros
Aonde a culpa estará?
Que mata aos poucos
Quem comigo está

Quer(em) me fazer algum acrescento?
E possa ver realmente
Que, não seja eu mim quem mente
Ou pelo menos que tento

Acho que fico tonto
De nada saber
E lá sai da boca: Mas pronto...
E sem mais que saiba dizer

Ser duro é o que me apetecia
Para comigo próprio ( ou não, nem sei)
Não haveria outra coisa que merecia
Não fosse isto que desejei

Mas vou insistir na minha dureza
Mas, que Porra é esta?
É só essa certeza
Que me sara esta fresta

Fresta? Ferida? Corte?...
Quem o provocou?
Talvez fosse (a) sorte
Que me calhou

E lá andamos nisto
A fazer da sorte um caso
Ou se insisto
Que parte de mim esse erro crasso

Mas afinal? Não sou eu que me construi?
Que devo culpar a sorte ou o azar?
Faltaria talvez aceitar
E tudo mais fácil seria a partir daí

Não. Temos de arranjar sempre culpados
Para não nos sentirmos pesados
Ou morrer da má consciência
Essa culpa que nos tome um dia

Há quem se deva querer
Rir disto. Fazer a sua comédia
Para não se ver
O que me vai dentro, que ninguém pedia

Só coisa de quem nada tem para fazer
Ocupa-te ó Rapaz!
E vai-te entreter...
E eu pergunto: Como serei capaz?

Curas nem sei se existe
Se irei melhorar
Mesmo que fique triste
Disto, nunca me desapegar

Mas alguma vez esquecemos?
Tudo o que temos?
Não será a formula melhor de aceitarmos?
E assim prosseguirmos?

Julgo talvez isto esteja conturbado
Pela minha largueza de texto
Como tenha ficado
E talvez seja este o pretexto

Digo as verdades
Deprime(mentes)
Que não vejo outra forma
De dizer o que me toma

Sim talvez tenha caído na realidade
Se inconscientemente fugisse? Talvez...
Talvez assim só me reste a capacidade
Aceitar isto de vez

Sempre tentei ser aberto
Nunca negar a minha aceitação
Mas é certo
Que fácil, não será, não!

Vou pegar no tempo
Recompor o que já lhe devia
De ter feito um dia
É que já merecia

A vida é uma linha
(Em verdade dirão)
Por onde se caminha
E deve ser essa a direcção

Mas de dois lados ficam os extremos
Que essa linha que seguimos separa
E quando neles caímos
Pouco há o que nos agarra

Eu ando assim
Fora do risco
Então compreendem o que vai em mim
Mesmo quando lhe em pegar o rumo lhe persisto

Devo viver na Terra e no Espaço
Tenho as nuvens que separam
Ou que vem, quando, não sei o que faço
E na minha cabeça por lá param

É semelhante a um equilibrista
Já lhe leio o pensamento
Em procuramos que o equilíbrio exista
Mas eu também lhe digo que tento!

Nuno Lopes

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