quinta-feira, 25 de março de 2010

A forma das coisas


Observemos esta natureza morta. O que nos realça para além das suas cores e o seu brilho?

A sua forma! A forma de cada objecto, o que lhes dá essa forma e na diferenciação de muitos outros, poderemos observar que pela semelhança existe detalhes que marcam e os distingue.

E nós? Façamos uma reflexão contrária, não à forma da nossas linhas (exterior) e tudo o que compõe e nos caracteriza, mas à nossa forma interior que ela existe mas que não é palpável aos nossos olhos mas envolve os nossos sentidos.

E que formas são essas? Será assim a nossa forma de estar, de ser, de lidar, de pensar, de nos relacionarmos, de ver, de opinião, esta e muitas formas que nos caracterizam, nestas formas que vê-mos em nós forma-se então a nossa personalidade.

Mais que as formas será também o que somos formados, por características muito independentes e diferenciadas que nos faz ser seres únicos e originais na nossa maneira.

Associando a esta palavra podemos incluir então também aqui a nossa formação o que nos diz que é aquilo que aprendemos e adquirimos, nos modula, e faz-nos criar uma forma global de conhecimento.

Podemos ter formas semelhantes e algumas que nos identificam, mas não numa igualdade extrema, pois somos nós seres com características únicas, na forma, na cor, na luz que projecta, no modo como interpretamos cada figura, ou seja tal como o quadro que o sugere. E tal como isto é uma arte, no apreciar das mesmas, no modo como da cada artista dá forma à sua obra, como apreciamos um todo, e os seus compostos.

Somos então formados numa pessoa única e pessoalmente a cada detalhe marcamos pelas nossas características marcadas por formas próprias e delineadas. Mas como cada artista que pinta um quadro retira sempre a sensação que está sempre inacabado e existe sempre um pormenor de acrescento. E nós somos assim, estamos em constante mutação, estamos sempre acrescentar algo à nossa vida e a nós, então assim a forma está sempre em constante mudança e podemos adquirir outras e muitas.

Obra essa que está enquadrada num moldura (uma forma fixa), que somos nós, nós fazemos parte dessa moldura (e o que nos pode moldar a nossas formas também é o que a vida nos dá para acrescentar de valor a nós, e tal como exteriormente vamos mudando as nossas linhas, interiormente também o fazemos e bem o sabemos) mas o enquadramento que se fala é a essência de nós, que é uma forma inacabada mas com valores regidos que nos alicerçam a nossa maneira e personalidade.

Que observemos as nossas formas tal como apreciamos a beleza de um quadro.

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