quarta-feira, 17 de março de 2010

A dor da perda


Perdemos sempre algo, na vida, existe esse sempre que não conseguimos controlar, e que nos provoca isso, dor, por vezes imensa! A perda é um vazio que se apodera de nós, uma ausência infinita, um sentimento com sentido doloroso, e essa dor é sempre a sua companheira. Presenciaremos sempre isso na nossa vida desde o mais comum a coisas que nos são muito queridas, e muitas vezes é isso que nos transforma, nos deita abaixo e não conseguimos controlar.

Não conseguimos controlar a perda e menos a sua dor, são sentimentos inalcançáveis, ou caso seja se a vida permite assim reconquistar por alguma situação, mas muitas são assim irreversíveis. Perder algo dói-nos no nosso íntimo, provoca-nos uma pressão imensa, sentimentos indescritíveis a que muitas vezes pouco julgamos, mas experienciamos; não conseguimos fugir dela, virá sempre ao nosso encontro, e teremos assim de saber confrontarmos e guerrear por ultrapassar isso, faz-nos calejar na vida, mas dá-nos a ferramentas a que muitas outras nos ensine a ultrapassar.

Perder um ente querido, dá-nos aquilo que por muito mais custa, nunca estamos preparados para isso, nem a vida muito o permite, pois assim o que sempre desejamos é a sua presença, que viva com as nossas próprias vivências e possamos partilhar tudo o que nos dão, e perder isso é uma mágoa imensa.

Temos de lidar com a própria morte, para as pessoas esta não, muito as assusta, mas sim se sofrerão por ela, mais custará presenciar a perda alguém por isto mesmo, são pessoas que nos são queridas que a impreparação da vida não ajude a controlar isso, e nós não controlamos a vida de todo, assim acontece isto.

Quando isto mesmo acontece precisamos, do nosso espaço, fazer o nosso luto pelo que perdemos, e quando isto não acontece torna-se numa espiral que nos arrasta até ao mais fundo de nós, por isso mesmo isto é necessário ajuda do tempo para superar as perdas da vida.

Sentimos sempre constantemente mesmo no comum das coisas que perdemos sempre algo, talvez estejamos sempre a ver o copo meio vazio, mas lembremos do que por vezes ganhamos, e para o ganhar também é preciso perder; tal como escalar uma montanha começamos do fundo para chegar ao topo, e assim podemos contemplar a vista que nos permite como recordar os esforços que nos foi exigido para lá chegar.

A perda e o sofrimento ensina-nos muito, a dar o valor que nada deste não o tenha, ensina-nos a recordar o que ele o merece e nunca esquecermos da palavra valor.

Já o próprio Nietzsche dizia:

" A todos com quem realmente me importo, desejo sofrimento, desolação, doença, maus-tratos, indignidades, o profundo desprezo por sí, a tortura da falta de alto-confiança, e a desgraça dos derrotados".

Para muitos não conseguirão reconhecer estas palavras, mas assim quer dizer que nos nossos maiores infortúnios, é isso que nos faz crescer, nos dá forças e aspirarmos a conquistar aquilo que perdemos e dar o valor à vida que o merece. Todos nós queremos negar e não passar por semelhantes situações, mas na vida em nada é estável, e temos de ser nós e por nós a lutar por ela e pelo que perdemos.

Isto causa-nos sofrimento, um imenso sofrimento, mas faz-nos valorizar a vida e o que demais nos envolve, assim é que temos de reconhecer que as nossas perdas hoje serão os nossos ganhos de amanhã, e o que passamos para conquistar é uma vitória nossa, e de quem nos ajuda a o alcançar.

Para melhor compreendermos as palavras podemos visualizar isto.





6 comentários:

  1. Não se perde...
    Deixa-se de ter Aqui e Agora para um dia se encontrar num outro Local...

    Por isso é que é importante desfrutar todos os momentos, pois nem sabemos quando nem onde se irão repetir..

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  2. Pode ser uma verdade, nisto de uma perda pode originar um encontro, seja daquilo que sentimos a sau falta, seja de nós próprios!

    Nisto talvez nem tudo seja mau ou por isso valorizativo. ;)

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  3. Espero que nos possam trazer a confiança que assim precisamos e muitas vezes nos faltam! :)

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  4. A dor da perda é sempre difícil de aceitar. Mas essa dor e a forma como a suportar (ou não) depende da relação e ligação que tínhamos com essa mesma pessoa. Há perdas com diferentes pesos no nosso edifício e por vezes algumas delas podem mesmo derrubar a existência onde assentámos a nossa vida. Esta questão é muito complexa e devo dizer que também na minha vida tenho uma pessoa que não suportaria viver sem ela.
    Contudo, a aceitação da perda de bens materiais faz parte do crescimento psicológico das pessoas para se enquadrarem melhor no mundo.

    Agora existe muita dificuldade na nossa sociedade actual em aceitar a perde de coisas pequenas como privilégios e objectos com alguma insignificância. Uma sociedade que não está habituada a ter sacrifícios. As novas gerações não foram educadas a saber prescindir e a escutar um «não».
    A maioria dos jovens não dá valor àquilo que têm por não saberem a importância que representa a sua obtenção e a dificuldade que foi necessário empreender para se adquirir.
    Por isso, não raramente vemos crianças felizes a comerem uma côdea seca de pão e a brincar com uma lata e outras descontentes com uma mesa farta de comida diversificada e aborrecidas com o PC, a TV, o telemóvel e a consola de jogos.

    A tal negação e a importância de se valorizar cada coisa que se tenha por mais insignificante que posa parecer faz com que as pessoas se enquadrem melhor no mundo valorizando a vida.
    Na vida, afinal o que mais importa é mesmo aqueles que mais amamos e cuja companhia não tem preço. Só é pena que num mundo cada vez mais materialista as pessoas prescindam da companhia umas das outras em troca de bens materiais.

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  5. Bem tenho pensado na contradição da perda, será que poderemos retirar daqui alguns ganhos?

    Penso que sim e todos nó sabemos que é a assim que damos o real valor ás coisas, até ás vezes nem é preciso perder para o dar, pois é assim que vemos dificultado o nosso desapeg por isso, mas como citas algumas coisas que perdemos pouco tempo nos lembraremos que fizeram parte de nós outras assim são da nossa dificil aceitação e mais que tudo perder aquele alguém de quem muito amamamos torna-se assim aquela dor na sua inexplicável tradução daquilo que mais sentimos, é uma dor que nos corroi e muitas vezes assim não consguimos controlar e mesmo que digamos que o tempo possa sarar as cicatrizes ficam sempre a marcar o que passou pela nossa pele, é neste corte que sentimos a sua dor.

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