quinta-feira, 1 de abril de 2010

O recanto do nosso íntimo



Mas que caixinha é essa que todos nós transportamos e vamos guardando sempre assim as nossas recordações, nossos momentos e segredos? Sabemos bem o local aonde arrumar tudo em nós, aqui dentro fica tudo isso que necessitamos de arrumar e deixar que as nossas coisas permaneçam ali quando necessitamos delas, recordar, relembrar, questionar, temos ali todas as ferramentas na nossa caixa que necessitamos, por muito arrumadas ou não permanecem sempre lá, por vezes até as perdemos ou nos esquecemos de lá a colocar e quando necessitamos delas não sabemos aonde o deixamos, sabemos a existência dessa pequena caixa mas nunca o sabemos aonde se encontra dentro de nós.

Coisas íntimas são coisas nossas, nossos segredos por assim dizer, a que por vezes podemos partilhar a quem nos merece a real confiança, e libertar o que por vezes nos pesa. E mesmo um segredo é o quando é limitado só a nós e pequenamente limitado ou quando muito partilhado deixará de o ser. Assim essa relação do nosso íntimo com os segredos que guardamos está intimamente ligada ao que é mesmo assim, segredos íntimos, segredos nossos, coisas guardadas.

Por muitas vezes sentimos que temos de esvaziar isto, para sentirmo-nos mais leves ou assim poder caber mais alguma coisa, que necessariamente, necessitamos de guardar, muito disto não conseguimos viver e torna-se incómodo conseguirmos conviver com as nossas intimas coisas e quem sabemos que podemos contar em partilhar as nossas pequeníssimas sensações, que por lá permanecem. E a intimidade até pode assim estar ligada com a nossa partilha, todos nós o fazemos com coisas íntima com alguém, aquilo que sentimos que não podemos guardar e não conviver com a permanência disto em nós.

É isto que nos defende de tudo e salvaguardamo-nos assim do outros, a nossa defesa de quem por vezes nos ataca, vai muitas vezes até ao nosso íntimo, mas também o sabemos que o que temos por vezes não o é pela forma como nos dizem e assim não se coaduna com aquilo que temos, existe assim uma barreira que nos defende por vezes de batalhas que nos cruzam e sabemos quando por isso, para nossa reserva e salvaguarda devemos permanecer na trincheira.

A intimidade de nós é uma coisa invisível que podemos assim miraculosamente converter naquilo que queremos tornar e se o desejamos dar a quem o merece, por nós sabermos que o que podemos contar é verdadeiro, mas existe assim quem se aproveite de nós e nos magoe, aqui, ou intimamente nos doa, nunca sabemos o mau proveito que nos querem tirar de nós e assim protejamos o que muito nos é, o nosso pequeno íntimo.

Pode ser a intimidade visível, também do modo como nos sentimos ligados a alguém, demonstra-se, quem o reconhece o sabe. Sentimos intimidade, proximidade, a carência de algo que nos seja de suporte e apoio, nos fortaleça assim quando o necessitemos, e nisto se pode também a intimidade, além de revelar a confiança que podemos depositar a alguém. Isto é tudo revelado em atitudes, gestos ou conselhos, é uma conquista profunda e muitas vezes nossa.

As pessoas que se nos mantém intimamente ligadas, é aquilo que nos provoca a proximidade, o aconchego e nos cria a empatia de nos relacionarmos com elas, de forma amigável que o merecem. Assim a estas pessoas são-nos familiares, pelo que nos apoia e ajuda no que precisamos e assim podemos retribuir a elas.

O ser íntimo é algo de poucos, mas, que muitos temos, ou assim de outra forma estabelecemos a intimidade com pouca gente, mas temos a nossa intimidade, ninguém é vazio dela, pode não nos ser visível, que como o diz assim é intimo, só nosso ou de poucos assim que a merecem ter, a partilha da nossa intimidade; mas ela sempre existe e nunca é negada, e se o fôsse quem a tem, algo e que aterá de descobrir por si.

Podemos intimar aos outros que não permitimos que nos provoquem este lado e não permitiremos, assim policiamos a nossa própria segurança.

Assim guardamos ou partilhamos a nossa íntima vida, mas tentamos, proteger de algo que nos afecte e aonde nos pode mais doer, é neste pequeno cantinho de nós, o nosso lado intimo.

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