sexta-feira, 16 de abril de 2010

Relacionando as coisas...


Por vezes olhamos o mundo a uma distancia surpreendente, mas, e a que distancia! É mesmo isso, esta distância que nos separa, mantemo-nos assim para nos resguardar, manter o nosso espaço e assim revela que no nosso canto pouco nada façamos para existir uma maior proximidade entre todos, assim é que se nota toda esta distância entre todos nós.

Ver o mundo à sua distância dá-nos todas as perspectivas, os pormenores que num todo podemos ler, mas, não é isto tudo, temos também nos deixar envolver pelas coisas, como se assim penetrássemos e pudéssemos ler as coisas mais emocionalmente, assim um pouco nos falta isto, a presença que podemos ter no quadro que se pode apresentar e não ficarmos com normais observadores.

Vivemos numa frieza aos nossos dias, bem dizemos que o clima está sofrendo as suas transformações, não é só aí! As relações humanas estão acompanhar tudo isso e também não temos soluções para poder reverter tudo isso, assim existe o descuro que damos a estas mesmas relações, não fazendo nada para mudar, vai-se criando assim uma poluição nebulosa e que não é perceptível aos nossos olhos, mas está naquilo que respiramos, o nosso ar são as pessoas e as relações que criamos faz parte de todo o nosso clima, só que como quando respiramos fazemo-lo inconscientemente, assim é que as relações também o são assim, só que quando ficamos sem ar é que nos apercebemos do que realmente nos falta, e vivemos assim sufocados sem nada a que nos possa acudir, ao que pode além de salvar vidas pode assim transformar toda humanidade. Pode-se andar aqui com analogias e pretextos para podermos tentar explicar o problema das relações humanas hoje, mas, a realidade é mesmo esta, a distância, a frieza, o calculismo, desconfiança, tudo e muito mais sinónimos do que se pode fazer para destruir as relações.

As relações são isso mesmo, é forma de nos relacionarmos, de interagirmos com todos e consequentemente dispormos, com o que nos confrontamos, assim é que os relacionamentos são formas de nos interligarmos entre todos e sabermos que existe a forma de alguém a que nos cria a base de tudo, é isso os relacionamentos, a importância deles na nossa vida ou a sua falta. Por certo sabemos o que isto tem de importante mas cada vez mais se vai descurando assim até que se percam. E surgirá tempo para os reverter ao que era? Muito mais trabalho nos dará na certeza de que os estimássemos algo seria poupada para nós.

Para uma relação funcionar não é só vê-la pelo seu exterior, isto não nos faz nada estarmos dentro dela. Uma relação é aquilo que cultivamos e investimos nela própria, deixamos sempre algo de nós, é assim este envolvimento de que se faz as relações.

Mas teremos nós medo de perder o que investimos nelas? O que se investe creio que trará sempre retorno, no que acreditamos, que ali existe tudo para nela investir, mas por vezes cruzamos a perna e ficamos à espera que sejam os outros a dar tudo de si e tão pouco retribuímos, numa relação isto não dá, uma relação são duas ou mais partes que fazem dela própria ser o que é, dar e receber, assim se nota o quanto investimos e os ganhos que retiramos, mas só uma parte dar e não sentir que do outro lado existe resposta, desmoraliza, descrê-se, e perdemos a força de nela investir, mas nós não sabemos as riquezas que existem para além delas? Então maior que uma riqueza supérflua, não existe mais que as nossas relações, é uma riqueza de outros valores e isso ninguém nos tira! Ou melhor, a cada vez se vai tirando algo até não existirem e assim, confinaremos à nossa pobreza.

Estamos a ficar cada vez mais empobrecidos, sabemos que o trabalho gera riqueza e nas relações isto também é um exemplo, todas assim criam o trabalho que é exigido, mas, o que retiramos delas não é o maior contributo que se pode ter?

O ser humano tem a maior característica de se poder relacionar e criar laços que são de uma essência maior à nossa natureza e isto é uma coisa que não se pode perder, mas muito, por vezes, fazemos a que elas cada vez menos vão existindo, e chegamos ao fim de que, para, de certo reconstruir já não nos sobra muita margem de manobra.

Já alguma vez observamos uma árvore e vemos como os seus braços se cruzam e interligam? Isto mesmo é as nossas relações e a nossa natureza tem muitos exemplos disso, e mais que assim nos dão o maiores frutos para podermos colher, se no nosso cuidado o soubermos fazer e não deixar cair e apodrecer na própria terra até desaparecer…

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